Notícias da semana no Médio Tejo
Com as temperaturas (finalmente) a descer, também os incêndios acalmaram e foram levantados os alertas vermelhos lançados pelo IPMA (a 12 de julho) e pela Unidade de Saúde Pública do ACES do Médio Tejo (a 13 de julho). No caso da saúde, foi ativado o Plano de Intervenção de Ondas de Calor, determinando a obrigatoriedade de abertura de Abrigos Temporários (Abre numa nova janela) em todos os concelhos, destinados a pessoas em situação de vulnerabilidade (idosos ou portadores de doenças crónicas, por exemplo), que precisassem de uma alternativa às suas casas, enquanto as temperaturas continuassem acima da média.
A comunicação não foi feita da melhor forma e houve concelhos que não divulgaram sequer os locais desses abrigos à população. O mediotejo.net pediu essa informação a todos os municípios mas, em vários casos, nunca obteve resposta.
O impacto das ondas de calor na saúde humana tem sido amplamente estudado, comprovando-se um aumento da mortalidade nestes períodos. Por isso foi prevista a criação de Abrigos de Livre Acesso, em locais como igrejas ou centros de dia, mas a operacionalização desta resposta na nossa região tem ainda, notoriamente, muitas arestas por limar.
O mediotejo.net revelou também esta semana que a coordenação da Unidade de Saúde Pública do Médio Tejo tem um novo rosto: José Cunha substituiu Maria dos Anjos Esperança, a médica que geriu toda a resposta à pandemia de covid-19 (Abre numa nova janela).
E passado o pico de assistência à covid-19, o mediotejo.net questionou o Centro Hospitalar do Médio Tejo sobre a razão das longas listas de espera para consultas (Abre numa nova janela) em serviços como Ortopedia ou Oftalmologia, bem como a causa das falhas no atendimento telefónico aos utentes, que geram inúmeras queixas. Neste momento o tempo de espera para obter uma consulta no CHMT, designadamente de Oftalmologia – 200 dias –, Ortopedia – 439 dias –, ou Pneumologia – 178 dias –, ultrapassam em muito o prazo limite para a concretização do cuidado.
Difícil parece ser também o processo de registo cadastral dos terrenos, assunto que levou o primeiro-ministro na passada quarta-feira a Vila de Rei (Abre numa nova janela), um dos concelhos com maior mancha florestal do país, para alertar em relação ao risco de incêndios nos terrenos abandonados. Foi acompanhado pela ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, e também pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino. A coordenadora para a Estrutura de Missão para a Expansão do Sistema de Informação Cadastral Simplificado (eBUPi), Carla Mendonça, explicou como é que espera que em 2026 todo o território esteja finalmente cadastrado.
Felizmente o verão não se faz apenas de ondas de calor com impactos negativos na saúde e de incêndios devastadores, em termos patrimoniais e anímicos – também é altura de festas, e esta semana ficou marcada pelo arranque do Festival de Gastronomia do Maranho (Abre numa nova janela), na Sertã, e pela Feira Mostra do Gavião (Abre numa nova janela). O presidente de Gavião, José Pio, aproveitou a presença da ministra Ana Abrunhosa para falar da urgência de uma ligação da A23 à A6, que defende poder ser feita através da ponte de Mouriscas (Abrantes).
Já a partir de terça-feira, 19 de julho, o Festival ZêzereArts regressa à região, oferecendo (literalmente) os seus espetáculos de música erudita em locais históricos e emblemáticos dos concelhos de Tomar, Batalha, Ferreira do Zêzere e Ourém, como o Convento de Cristo ou as igrejas centenárias de Dornes.
Este Festival, com um conceito que combina a pedagogia com a cooperação entre músicos internacionais e a apresentação de performances de alta qualidade ao público, realiza-se pelo 12º ano – pretexto para uma conversa com o seu criador, o irlandês Brian MacKay (Abre numa nova janela), que há muito batalha contra a ideia de estes espetáculos serem apenas para uma minoria: “O ZêzereArts não é para um público erudito, é música erudita de portas abertas para quem a quiser ouvir”.
Como o maestro bem diz, depois de dois anos de pandemia, temos de "aproveitar esta alegria que é poder sair de casa e ouvir música ao vivo”.
Boa semana,
Patrícia Fonseca
Diretora