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Pais lutam há 4 anos para recuperar guarda de filho que não deveriam ter perdido

Por Patrícia Fonseca

Uma série de mal-entendidos deu início ao pesadelo. Quando tinha 5 anos, M. foi arrancado dos braços dos pais por cinco militares da GNR, no parque de estacionamento de um supermercado no Entroncamento. Hoje tem 9 anos e todos os dias pede para voltar para casa.

Ao longo do último ano investiguei este caso, consultando o processo judicial e acompanhando de perto o sofrimento de Ana e Henrique, que vivem em Riachos, Torres Novas. Tentei perceber se algo normal na vida de milhares de famílias portuguesas – a falta a uma consulta médica, uns dias de ausência na creche ou dormir na cama dos pais – poderia ser interpretado como negligência. E pode: é o pior pesadelo de todos os pais.

A complicar tudo, a pobreza. A insuficiência económica foi a razão invocada em mais de metade dos casos em que os pais perderam a tutela dos filhos na última década. O Estado passa então a pagar entre 800 e 1400 euros mensais por cada menor acolhido.

Para que serve, afinal, o amor? Não seria no melhor interesse da criança que esse dinheiro, ou parte dele, fosse canalizado para os pais, quando a relação afetiva é comprovadamente sólida, como sucede no caso desta família de Torres Novas?

Amanhã há nova audiência em tribunal. Passaram 1.598 dias desde o dia em que Ana e Henrique perderam a guarda do filho.

https://mediotejo.net/presos-no-sistema-pais-lutam-ha-4-anos-para-recuperar-guarda-de-filho-que-nao-deveriam-ter-perdido/?fbclid=IwAR2t5o4bq2FSpMSq-DZUUefA8MRDhQN14tknWkzricYPmN8Ynwt6Ytm60Go (Abre numa nova janela)

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