Lembrar Abril
Por Paula Mourato
Foi de Santarém que Salgueiro Maia partiu às três da madrugada de 25 de Abril de 1974 para “mudar o estado” a que tínhamos chegado. Joaquim Correia Bernardo foi o capitão que planeou a participação da Escola Prática de Cavalaria na revolução e que criou um “Plano B” para o caso da missão não ser bem sucedida em Lisboa: Santarém seria a cidade da resistência contra o regime. Fomos ouvir a História na voz do homem que integrou o Movimento dos Capitães desde o primeiro momento. Aos 83 anos, continua a viver em Santarém, cidade onde ainda espera ver construído o “Museu de Abril e dos Valores Universais”, uma ideia por concretizar há mais de 40 anos. Em 2021 foi condecorado com a Ordem da Liberdade, um reconhecimento que não considera tardio – diz que recebeu a maior condecoração logo no dia 25 de Abril, quando abriu as portas do quartel e foi abraçado por uma multidão.
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Madrinhas de Guerra: “Não receber uma carta era uma bala do inimigo” (Öffnet in neuem Fenster)
Duas são as pastas, de um castanho claro avermelhado, cheias de passado. Uma história de amor que começou com guerra do Ultramar e palavras escritas quase sempre a tinta azul. António e Maria Luísa retratam uma época particular da história portuguesa. Contudo, bastará procurar nos cartórios nacionais por registos de matrimónios com 60 anos e, possivelmente, serão centenas (ou até milhares) os casamentos por procuração, muitos deles de madrinhas de guerra com soldados que combatiam em África, como foi o caso deste casal, de Vila de Rei, que casaram sem se conhecerem pessoalmente.
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